A Igreja Mórmon opera 14 centros de treinamento missionários ao redor do mundo

19/04/2011 01:27

Durante a maior parte do século passado, Utah, compreensivelmente, foi o centro de formação para os missionários mórmons – com a Casa da Missão da Cidade do Lago Salgado e sede da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e Provo o lar de ambos do antigo Treinamento de Línguas da BYU e do atual Centro de Treinamento Missionário de Provo.

Entretanto, um olhar atual no desenvolvimento da Igreja requer uma rede global, desde que um terço dos missionários da Igreja SUD recebem agora treinamento fora de Utah e dos Estados Unidos.

A Igreja SUD opera 14 centros de treinamentos missionários – da Argentina a Nova Zelândia – e prove treinamento missionário em 14 idiomas incluindo Inglês, Espanhol, Português, Frances, Alemão, Italiano, Mandarim, Mongol, Indonésio, Tailandês, Samoano, Taitiano e Tonganês.

Antes do advento dos CTMs internacionais, muitos dos missionários fora da América do Norte ficavam sem ambas, as experiências do treinamento e do templo. Muitos dos CTMs estão localizados convenientemente próximos de um Templo SUD – o CTM do México na Cidade do México são tão próximos como os de Provo – enquanto alguns, como o do Brasil e da Nova Zelândia que necessitam de uma viagem de ônibus para levar os missionários ao templo.

Qualquer que seja Provo ou Peru, os CTMs compartilham o mesmo material, currículo e correlatos modos de operação e esforços, com visitas regulares ao local e formação por meio de vídeo conferencias e avaliações frequentes.

“Em todos os aspectos, é a mesma experiência que os missionários recebem no CTM de Provo”, disse Kelend I. Mills, supervisor dos centros internacionais de treinamento missionário. “Tentamos fazer o mais consistente possível com o CTM de Provo”.

Nelson L. Bleak presidente do novo CTM da Nova Zelândia que frequentou o CTM na antiga Casa da Missão de Lago Salgado disse: “Sabíamos que era havíamos um intenso programa aqui, mas a intensidade não é completamente compreendida até que a vemos em ação”.

As diferencias obvias entre o CTM de Provo e os centros internacionais são a cultura local, a comida local e o predomínio do idioma local.

“Nós os incentivamos a aprender e a falar,” disse o Presidente Clifford L. Whetten do Peru do CTM, que em média recebe de 130 a 140 missionários por vez. “Os missionários sabem que usarão tudo o que aprenderem e a cada dia devem adicionar mais conhecimento”.

Além disso, os missionários dos CTMs internacionais frequentemente saem semanalmente para as ruas das cidades para colocar em pratica os princípios de proselitismo, contatando pessoas e batendo nas portas das casas.

“É uma boa experiência,” disse Elder Christofer Reisen proveniente da Suíça, no CTM da Inglaterra se preparando para ir para a missão na Alemanha. “É muito divertido, mas também uma experiência de humildade”.

Os menores CTMs proporcionam também uma experiência mais pessoal com os professores, administradores e outros missionários.

“Antes de partir, eles se abraçam uns aos outros,” disse Presidente M. Richard Walker do CTM da Inglaterra, que recebe os missionários que veem ou vão para o Reino Unido, Alemanha e Escandinávia. “Eles realmente amam uns aos outros, e tem um forte compromisso de ir pelo mundo e servir”.

Sua esposa, Sister Kathleen Wlaker, concorda: “A intimidade de um pequeno CTM é uma benção – não somente para os missionários, mas também para nós. Mas esse negócio de termos nossos corações partidos a cada três semanas (quando eles partem) é doloroso”.

Os CTMs internacionais se encaixam em três categorias – aqueles que focam no treinamento dos missionários sem ter ênfase no ensino de um novo idioma, aqueles que dão um “treinamento integral” e aqueles que oferecem uma “fase de treinamento” (todos os missionários designados para as missões da América do Norte vão para o CTM de Provo para treinamento).

Os CTMs do Chile, Colômbia, México e Nova Zelândia e as Filipinas são exemplos de centros de treinamento missionário que atuam na própria língua e o tempo de permanecia dos missionários não superam os 19 dias.

Mas isso não significa que somente apenas um idioma é falado nestes CTMs – o treinamento pode ser oferecido em muitos idiomas. Por exemplo, missionários chamados a servirem na Mongólia devem viajar até o CTM das Filipinas em Manila para serem treinados no seu próprio idioma e então retornam para servir no seu próprio país.

CTMs de “treinamento completo” – Republica Dominicana, Guatemala, Peru e Espanha – oferecem treinamento completo para missionários locais ou para missionários da América do Norte que já falam espanhol. Para todos os demais, eles permanecem por três semanas no CTM de Provo e as seis semanas finais do treinamento nos CTMs que oferecem somente “fases”.

Elder Jacob Hatch de Provo, que servira a Missão de Piura Peru, permaneceu três semanas no CTM de seu país, antes de ser transferindo para o de Lima e o café da manhã mudar de um cereal tipicamente americano para o de churros. “A primeira coisa que disse na primeira noite em que passei ali foi – Eu não estou mais no Kansas”.

O espaço limitado e os desafios enfrentados pela atual disponibilidade de vistos podem causar inúmeros atrasos e variações nas atribuições dos missionários. O CTM brasileiro – um dos maiores edifícios da Igreja no mundo com mais de 9 mil metros quadrados – pode hospedar 700 missionários de uma vez, mais vistos para missionários fora do pais diminuíram substancialmente.

Outras mudanças recentes nos CTMs internacionais incluem o da Nova Zelândia que passou de uma escola de igreja em Hamilton para um prédio novo e maior, em Auckland no ano passado e o das Filipinas se expandiu para acomodar mais missionários, de 80 para 140. No início, apenas missionários filipinos eram treinados em Manila – agora o CTM recebe os missionários de Taiwan, Mongólia e nações do sudeste da Ásia, como Indonésia, Camboja e Tailândia.

A Igreja SUD já havia estabelecido CTMs em Tóquio e Seul, na Coréia. Entretanto, ela achou que seria mais eficiente trazer esses missionários para o CTM de Provo para treinamento e acabou por encerrar as operações ali.

Em seu segundo dia no CTM da Nova Zelândia o Elder Samuel Tempany de Brisbane, Austrália com destino a Missão Melbourne Austrália – definiu seu primeiro dia como quase “esmagador”.

“O que eu não esperava encontrar era a intensidade da revelação pessoal ou o clima – é saudável, espiritual e puro”, ele disse.

Irmã Terry Bleak, que serve com o marido no CTM da Nova Zelândia, concordou: “É bonito aqui – é um pouco como viver no templo, o espírito permanece aqui todos os dias, dia e noite”.

Mills dos CTMs disse: “As instalações parecem um pouco diferentes entre si, mas quando você pisa dentro delas, você sabe onde está – o espírito é o mesmo”.

É um esforço consciente para fornecer o mesmo espírito e a mesma experiência – como a gravação da devocional mensal da noite de terça-feira do CTM de Provo que foi oferecida por um membro convidado do Quórum dos Doze Apóstolos. Ela foi traduzida e enviada para ser apresentada em todos os CTMs.

“Então, quando os irmãos falam aos missionários aqui, eles falam para os missionários em todos os lugares”.

E os missionários de todo o mundo podem ver o contingente de 2.000 missionários baseados em Provo e sentirem a força e a magnitude daquilo que fazem parte.

“Eu acho que seria legal sentar lá”, disse a irmã Piroska Szvoboda da Suíça, no CTM da Inglaterra antes de servir na Missão de Berlim na Alemanha. “Mas o espírito te ensina, se você ouvir, e eu estou contente de estar aqui”.